O médico pessoal de Michael Jackson, Conrad Murray, foi condenado nesta
terça-feira a quatro anos de prisão, sem direito a liberdade
condicional, pela acusação de homicídio culposo na morte do cantor em
2009.
O juiz da Suprema Corte de Los Angeles Michael Pastor deu a
Murray a sentença máxima e disse que o médico estava envolvido em uma
"loucura de dinheiro por medicina que simplesmente não é aceitável para
mim".
Murray, de 58 anos, vestido com um terno cinza e gravata
roxa, ficou sentado sem expressar emoção durante a maior parte de sua
sentença no julgamento que chamou a atenção do mundo. Pouco antes de ser
levado para fora do tribunal, ele mandou beijos para uma mulher que
gritou "nós amamos você".
Jackson, que surgiu para a fama no
final dos anos 1960 e 70 como membro do Jackson Five e teve uma carreira
solo arrebatadora na década de 1980, morreu de uma overdose de
medicamentos em junho de 2009, principalmente a partir do uso do
anestésico cirúrgico propofol como um auxílio para dormir. A droga era
obtida e administrada a Jackson por Murray na casa alugada onde o cantor
vivia.
No início deste mês, um júri condenou Murray por
homicídio culposo, ou negligência grave, no tratamento de Jackson, após
testemunhas médicas afirmarem que o propofol não deve ser administrado
em casa e, se fosse, deveria ser dado apenas com o equipamento de
monitoramento de vida adequado em mãos. Isso não aconteceu.
Murray
concordou em cuidar de Jackson antes de concertos programados pelo
cantor para voltar aos palcos em Londres, e tinha negociado um salário
de 150.000 dólares por mês.
SEM CLEMÊNCIA
No anúncio da
sentença, que foi assistida por membros da família Jackson, incluindo
sua mãe Katherine e vários irmãos, o vice-procurador distrital David
Walgren afirmou que Murray não deveria receber qualquer clemência em sua
sentença.
Walgren argumentou, como ele fez durante o julgamento
de seis semanas de Murray que terminou no início deste mês, que o médico
foi negligente a partir do momento que começou a cuidar de Jackson, ao
receitar grandes quantidades de propofol, administrá-lo em casa sem o
equipamento adequado, deixar de chamar rapidamente os paramédicos quando
encontrou Jackson, esconder provas para acobertamento do propofol e
mentir para os paramédicos sobre seu uso.
"O réu estava jogando roleta russa com a vida de Michael Jackson todas as noites", disse Walgren.
O
advogado de defesa Ed Chernoff pediu leniência, dizendo que o crime era
o primeiro de Murray e que o médico tinha uma longa história de
tratamento de qualidade aos pacientes. Ele pediu ao juiz para olhar o
"livro da vida" de Murray e não apenas o primeiro capítulo a respeito de
seu tratamento de Jackson.
Chernoff disse que Murray deveria ser
condenado a realizar trabalho comunitário, porque ele não tinha nada de
bom a fazer em uma cela.
"Ele pode fazer coisas para a
comunidade em liberdade condicional. Coisas que ele nunca poderia fazer
sentado naquela sala", disse Chernoff.
Mas o juiz Pastor
discordou e disse que Murray estava envolvido em um "padrão de mentiras"
que o juiz caracterizou como uma "vergonha para a classe médica".
Murray
foi condenado a pagar algumas taxas judiciais, e outra audiência foi
marcada para julgar a acusação de que ele pode estar devendo mais de 100
milhões de dólares em restituição à família Jackson.
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