Música não foi o único talento de
Michael Jackson. Ele também foi um empreendedor perspicaz que conhecia
seu público e que, até a sua morte em 2009, estava constantemente
tentando melhorar e refinar sua marca.
Escritor de música e instrutor da
Universidade de Rochester, Joe Vogel, que recentemente lançou o livro
sobre a vida criativa do cantor “Man in the Music”, afirma que a
evolução de Jackson como artista e como pessoa foi além de seu talento
como um músico.
Em uma entrevista exclusiva com
BusinessNewsDaily, Vogel fala sobre o legado de Jackson como artista,
empresário e inovador e que lições ele ofereceu a todos nós.
BND: Michael Jackson foi
claramente mais do que apenas talentoso e mais do que apenas sortudo.
Ele deve ter tido alguma outra qualidade – alguma qualidade de
empreendedor – que o ajudou em seu caminho para se tornar o Rei do Pop.
Você pode descrever?
Joe Vogel: Uma das
maiores qualidades de Michael Jackson foi sua capacidade de imaginar
algo em sua mente – algo ousado, diferente e inovador – e então ter a
força de vontade e ética de trabalho para transformar isso em realidade.
Ele estava constantemente desafiando a si mesmo e aqueles em torno dele
para ir além do comum. Muitas vezes ele fazia com que seus amigos e
colaboradores lessem “Jonathan Livingston Seagull”, que era uma fábula
sobre a recusa em se conformar e a busca pela excelência. Mesmo em seu
concerto “This is it” com a idade de 50 anos, ele não iria aceitar a
mediocridade. Ele queria que os shows fossem diferentes de tudo que as
pessoas já tinham experimentado antes.
BND: Você acha que a decisão de
se reinventar constantemente foi um esforço consciente da parte de
Jackson para se tornar algo sempre emocionante para o público, ou você
acha que ele apenas evoluiu naturalmente à medida que ele ficou mais
velho?
Joe Vogel: Michael
Jackson entendeu que a estagnação para um artista era a morte. Ele
odiava simplesmente a idéia de repetir fórmulas. Então, ele estava
constantemente em transformação, re-inventando sua imagem, estilo e som,
fazendo as pessoas quererem mais. Mas há também continuidades em sua
imagem: certos símbolos, marcas e qualidades. Ele é talvez o único
artista que pode ser representado em 5 a 10 poses diferentes em silhueta
e as pessoas saberem exatamente quem é. Ele era muito determinado em
suas escolhas. Ele sempre temeu à superexposição. Ele sabia que aquela
aura mágica associada a ele podia ser mantida apenas se retendo um pouco
de sua audiência. Assim, por exemplo, ele nunca faria um circuito
inteiro de performances na TV e entrevistas para promover um álbum como
muitos artistas fazem hoje.
BND: Como você acha que ele teria descrito a marca “Michael Jackson”? O que ele estava tentando vender?
Joe Vogel: Eu acho que
Michael era muito parecido com Steve Jobs em cada produto novo – seja um
álbum, vídeo ou single – sempre foi um evento. Havia todos os tipos de
expectativa. Assim, a marca foi sobre essa empolgação, porque qualquer
coisa que ele lançasse iria ser único e da mais alta qualidade.
BND: Ele fez boas decisões de negócios? Quais foram algumas de suas melhores e piores decisões?
Joe Vogel: Michael fez
boas decisões de negócio durante os primeiros 10 ou 15 anos de sua
carreira solo, e decisões muito ruins durante os seus 10-15 últimos
anos. Sua decisão mais inteligente não foi só manter os direitos de suas
próprias gravações, mas também adquirir direitos de outras editoras,
inclusive o catálogo dos Beatles. Suas piores decisões vieram quando ele
tinha muito dinheiro e pouca supervisão. Sua gestão, a partir do início
dos anos 90, tornou-se uma porta giratória. Ele tornou-se vulnerável à
extorsão, exploração e a gastos excessivos, porque ele não tinha mais
uma equipe dedicada e de confiança ao seu redor.
BND: O que qualquer empresário ou empreendedor poderia aprender com Michael Jackson
Joe Vogel: Acho que a
principal coisa que um empreendedor ou proprietário de negócio poderia
aprender com Michael Jackson é que para fazer algo grande é necessário
visão e trabalho. Michael se envolveu em cada novo projeto com uma
paixão sem limites, e essa energia era contagiante em seus
colaboradores. Mas o que realmente impressionou aqueles que trabalharam
com ele foi o fato de que ele poderia trazer suas idéias para a
realidade. Ele sonhava grande e em seguida trabalhava incansavelmente
até que seus sonhos ganhassem vida.
BusinessNewsDaily
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